domingo, 17 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0617 - POR QUE NOS CANSAMOS DO DEUS QUE NOS AMA TANTO?

 

Povo meu, que te tenho feito? E com que te enfadei? Responde-me” (Mq 6.3).


Miqueias foi um profeta contemporâneo de Isaías, profetizou sobre Jerusalém e também acerca de Samaria. Em Jr 26.18-20, lemos um relato de Jeremias sobre Miqueias, dizendo que o rei Ezequias havia se arrependido diante de uma de suas profecias. Lembre-se que o profeta vigente na época de Ezequias era Isaías, portanto, eles devem ter se conhecido.

O conteúdo de sua profecia, pelo menos como está em seu livro era, basicamente, repreensão ao povo pelos pecados de injustiça cometidos na nação. Aqui, no cap. 6, Deus chama Seu povo, através de Miqueias, a um tribunal perante os montes (vs. 1,2).

Nessa controvérsia contra Seu povo, Deus faz uma pergunta carregada de decepção, como lemos no início (v. 3)! Deus relembra a Seu povo que o que Ele havia feito foram obras de livramento, como no Mar Vermelho e no caso de Balaão e o rei Balaque (vs. 4,5). Por que o povo estava cansado de seu Deus?

Curiosamente, o povo de Deus continua com o mesmo enfado. Até hoje Deus pergunta: “Povo meu, que te tenho feito? Se Ele for mostrar o que nos tem feito, coisa que não devíamos nos esquecer, ficaríamos surpresos ao contemplar Suas grandes maravilhas por nós.

Mas, infelizmente, somos ingratos. Questionamos coisas que dão errado para nós, nos esquecendo de qual era nosso destino eterno e de que Deus nos livrou! Se tão somente nos livrar do inferno fosse a única coisa que Ele tivesse feito por nós, não precisaria fazer mais nada para que fôssemos eternamente gratos! Mesmo assim, o povo anda cansado... Que tragédia! Será que temos o direito (para não dizer o atrevimento) de cobrar de Deus alguma coisa?

O profeta pergunta com que se apresentaria ao Senhor; com que se inclinaria diante de Deus. Seria com holocaustos ou bezerros de um ano? Deus Se agradaria de milhares de carneiros? Dez mil ribeiros de azeite seriam suficientes para chamar a atenção de Deus? Dar nosso primogênito como pagamento pelo pecado? Não, meus irmãos. Nada disso remiria o pecado da nossa alma (vs. 6,7). Por quê?

Porque o sacrifício seria preparado pelo próprio Deus! Não é sobre o que podemos ou devemos oferecer a Deus, mas sobre o que Ele tem para nos oferecer! Não é sobre nosso primogênito como pagamento do pecado, mas sobre o Primogênito de Deus pelo nosso pecado! Você já parou para pensar que o nosso pecado, em vez de custar algo de nós, custou do próprio Deus? Por que seria Ele a pagar, se fomos nós os devedores?

Foi por nos amar! Ele sabia que nós não O amaríamos jamais! Se tivéssemos algum sacrifício para dar a Ele seria mais para exibir nosso orgulho de poder fazer isso e não por desejarmos Sua companhia. Mas como foi Ele que nos amou primeiro, Ele deu Seu Filho como sacrifício para restaurar a comunhão perdida. É por isso que o profeta encerra seu livro assim: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (7.18a,19).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0616 - JERUSALÉM OU A NOVA JERUSALÉM?

 


Eis que o Senhor fez ouvir até às extremidades da terra: Dizei à filha de Sião: Eis que a tua salvação vem; eis que com ele vem o seu galardão, e a sua obra, diante dele” (Is 62.11).


O texto de Isaías 62 é um cântico de amor, do amor de Deus pela cidade de Jerusalém. Mas se engana quem pensa que Deus está expressando essa poesia à cidade literal, embora esta fosse uma representação da verdadeira Jerusalém, a Nova Jerusalém, que é a igreja, a noiva do Cordeiro.

No v. 1, Deus não Se calará até que saia a justiça e a salvação de Jerusalém como um brilho. Em Apocalipse 19.8, João vê a igreja vestida com as vestes de justiça. No v. 2, Deus diz que as nações e os reis veriam a justiça de Jerusalém e sua glória e a chamariam por um novo nome dado pelo Senhor. Em Apocalipse 21.24, as nações andarão à luz da Nova Jerusalém e lhe trarão a glória das nações no v. 26. Além disso, em Ap 2.17 está escrito que receberemos um novo nome; e em 3.12 diz que é o novo nome de Jesus em nós! Aqui em Isaías, Jerusalém é uma coroa de glória na mão do Senhor; em Apocalipse, a igreja é 7 castiçais na mão do Senhor Jesus (Ap 1.20).

No v. 4, Deus diz que Jerusalém não será jamais desamparada, em 1Pe 2.9, o apóstolo nos diz que somos propriedade exclusiva de Deus e, em Apocalipse, somos comprados por Cristo para Seu Deus e Pai e feitos reis e sacerdotes (Ap 5.9,10). No v. 5 de Isaías 62, temos a figura do casamento, a qual dispensa comentários em relação a Cristo e Sua igreja no NT. Em Isaías, guardas foram colocados sobre os muros para proclamarem o nome do Senhor (vs. 6,7); no NT somos convocados a pregar o evangelho a toda criatura (Mt 28.19; Mc 16.15).

No v. 10 de Isaías, a ordem é para que os caminhos sejam aplainados; no NT, João Batista preparou o caminho do Senhor, endireitando veredas ao nosso Deus (Mt 3.3). Em Isaías, Deus diz que a salvação da filha de Sião vem; no Apocalipse, João ouviu: “grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo” (Ap 12.10). Isaías também diz que Ele vem com Seu galardão; em Apocalipse, Jesus disse: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.20).

Isaías finaliza, dizendo que Jerusalém será chamada de “povo santo” e “remidos do Senhor”. Sim. Este é o nome que carregamos por ter Cristo nos remido, nos perdoado de nossos pecados. Paulo disse que em Cristo “temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Cl 1.14).

Com todas estas referências que encontramos no NT acerca da igreja de Jesus Cristo, alguém ainda ousaria pensar que Deus estava mesmo falando com Jerusalém? Não, meus queridos, não era sobre uma cidade, ou uma etnia que Deus estava interessado e sim sobre “uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Ap 7.9).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

GRANDES TRUNFOS DAS TRIBULAÇÕES - PARTE 04/04 (A GLÓRIA FINAL)



E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5).


Paulo encerra os grandes êxitos que as tribulações nos trazem com uma frase de extremo consolo e encorajamento. Ele diz que a esperança não traz confusão. Mas a palavra “confusão” aqui não deve ser entendida no sentido de desordem, bagunça, tumulto ou agitação. Não. O termo grego significa “vergonha”. A esperança não envergonha. Nossas versões tradicionais usam o verbo confundir no sentido clássico, isto é, embaraço. Assim como disse Davi, no Salmo 34.5: “Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos”. Confundidos aqui quer dizer envergonhados.

Alguém que passa por tribulações em sua caminhada cristã e persevera, é realmente experimentado e sua esperança só aumenta. Tal pessoa não sofrerá vexame. Ela não será decepcionada. É isto o que Paulo está dizendo. Ela não será turbada e nenhum de seus inimigos poderá zombar dela. Sua esperança não falhou!

Agora veja a razão pela qual sua esperança não o envergonha. Paulo diz que é porque o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado. Que maravilha tudo isso! O apóstolo está querendo dizer que as tribulações que passamos não são prova do abandono de Deus, muito pelo contrário, elas são prova do amor de Deus! Elas são a trilha que levam o crente da inexperiência para a maturidade! Elas são o forno que fazem do crente um metal de enorme valor!

Além disso, Paulo diz que o amor de Deus que foi derramado em nós tem o Espírito como selo. O crente que sofre não deve se angustiar; ele deve se alegrar! As lutas são apenas o caminho pelo qual Deus nos conduz para, no final, nos mostrar que Seu amor já estava em nós desde o início, por meio do Espírito que Ele nos deu! Foi o Espírito que te fez perseverar e não desistir; foi o Espírito que usou as provas para revelar o caráter de Cristo em você; foi o Espírito que abriu seus olhos para contemplar o que te aguarda na glória... Portanto, diz Paulo, o Espírito Santo que habita em você é a prova máxima do amor de Deus. Ele não te deixa envergonhado!

Que grandes trunfos nos trazem as tribulações... Comece a vê-las por meio dos olhos destes versículos inspirados. Persevere nelas, não reclame; deixe que Deus experimente você o quanto for necessário; sinta a esperança brotar em seus olhos e, assim como Davi, você também dirá: “Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos”. O trunfo final de suas tribulações é a honra, é a exaltação, é o destino da glória de Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

terça-feira, 12 de agosto de 2025

GRANDES TRUNFOS DAS TRIBULAÇÕES - PARTE 03/04 (A ESPERANÇA)

 


E a experiência produz esperança” (Rm 5.4b).


O terceiro trunfo que as tribulações nos trazem, é a esperança. Em quase todas as passagens do NT, o termo esperança refere-se à fé escatológica. Alguém já disse sabiamente que a esperança é fé futura. Quando cremos nos assuntos escatológicos, como a volta de Cristo, a ressurreição dos mortos, o juízo final, a vida eterna, e por isso caminhamos perseverantes, então isso é o que significa ter esperança. Veja o v. 2, onde Paulo diz que esta esperança é a esperança da glória de Deus!

Realmente, a esperança é resultado das tribulações daqueles que perseveram e são experimentados. Pois, por que, de outro modo, alguém suportaria as angústias da vida cristã, se não cresse nas promessas vindouras? Que razão algum cristão teria para se subjugar interminavelmente diante do peso da aflição, ser experimentado em cada parte do seu caráter, se ele não visse a Luz no fim desse túnel de sofrimento que há nesta vida?

Mas ele crê, por isso persevera! E, ao ser experimentado, provado, passado pelo cadinho, pelo esmeril das provações, o cristão tem seus olhos cada vez mais claros para o futuro. A fé nos feitos passados de Deus leva o cristão a erguer seus olhos para a esperança em fé futura. Ele sabe que, como Deus prometia e fazia, assim também o que falta ainda será feito. Esta é uma grande base para a esperança. Deus prometeu aos nossos antepassados e cumpriu, como lemos nos registros bíblicos. Por que Ele não cumpriria Suas promessas feitas para atualmente ou para o futuro?

Os homens da antiga aliança ouviram as promessas de Deus e creram. Para eles era esperança, visto que o cumprimento de sua fé ainda não tinha acontecido. Muitas dessas promessas se cumpriram depois da morte deles, mas se cumpriram. Por isso eles morreram na fé futura (Hb 11.13). Esse texto diz que, embora eles não obtiveram as promessas, mas as contemplaram de longe. Assim também devemos ser nós. As promessas que ainda não se cumpriram, nós devemos saudá-las, mesmo que ainda de longe.

Crentes que não perseveram é porque perderam a esperança. Confiaram nas promessas por algum tempo. Mas devido à pressão das tribulações, não puderam continuar. Não foram experimentados e, se o foram, o resultado foi a reprovação! Olharam para a frente por algum tempo, mas nada viram, então sucumbiram à pressão.

Mas aqueles que perseveram honram a Deus. Eles dizem a Deus que, ainda que nada vejam, irão crer, porque quem falou foi Deus e Sua Palavra não pode falhar (Mc 13.31; Jo 10.35)! Eles dizem a Deus que pode experimentá-los sim, pois a cada contato no esmeril da experiência que eles têm, mais sua esperança aumenta, mais sua fé futura se fortalece.

Não vale a pena retroceder agora. Veja o que disse Paulo: “E digo isto a vocês que conhecem o tempo: já é hora de despertarem do sono, porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio cremos” (Rm 13.11).

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

GRANDES TRUNFOS DAS TRIBULAÇÕES - PARTE 02/04 (A EXPERIÊNCIA)

 


A perseverança produz experiência” (Rm 5.4a).


Temos visto para onde nos levam as nossas tribulações. Primeiramente, elas nos conduzem à perseverança, aquela qualidade de suportar insistentemente o peso nos ombros. Agora, o apóstolo Paulo diz que essa insistência em suportar, produz experiência. A palavra experiência aqui não tem o sentido figurado que conhecemos, como alguém que tem mais idade e, por isso, é considerado mais experiente que um jovem.

O sentido é a experiência de ter provado, de ter testado e obtido resultado. A palavra grega usada aqui, o verbo dokimazō, significa depurar um metal para tirar o seu melhor, extraindo suas impurezas e ficando apenas o que é valioso. Melhor que dizer que alguém é experiente, poderíamos dizer que esse alguém é experimentado e, consequentemente, aprovado no teste.

De fato, é isso que as tribulações proporcionam a nós. Elas nos obrigam a nos manter irredutíveis debaixo do peso que nos foi imposto e, por causa disso, somos experimentados, somos testados. Um cristão atribulado e que persevera, é um cristão experimentado. Ele sabe o que está falando quando vai tratar de assuntos concernentes a provações. Há pessoas que dizem que ninguém sabe o que elas estão passando, sendo isto uma forma de murmuração e autopiedade.

No entanto, os cristãos perseverantes em suas lutas, são experientes sim. Eles não querem que alguém fique com dó deles por estarem sofrendo. Essa característica é de quem se considera vítima. Quem deseja isso, em outras palavras, acusa Deus de sadismo e inflição. Por estar sofrendo, coloca a culpa em Deus e deseja piedade dos outros. Mas os cristãos dokimazō, os que foram experimentados com perseverança, deles é retirado o melhor, o caráter de Cristo que se revela em seus sofrimentos.

Nosso caráter é falho e já veio pecaminoso desde o nosso nascimento. Admitir isso não nos faz melhores, visto que a maioria realmente admite que tem pecado. Mas quando seu pecado é confrontado, ela não gosta! Por isso é preciso a tribulação. Ela nos leva pelas vias da autoanálise e, por causa disso, começamos a ver quem somos de fato. A perseverança, nesse caso, é parceira do convencimento do Espírito, ou seja, quanto mais somos convencidos do que nós somos, mais insistiremos resolutos debaixo das provações.

Então, a experiência vem para começar a retirar de nós as arestas, as sobras, as farpas, tudo que realmente precisa ser excluído de nosso caráter para que ele se torne semelhante ao de Cristo. Crentes que reclamam das provações, não podem dizer que estão perseverando corretamente, pois uma das qualidades da perseverança é suportar calado (pelo menos em relação às queixas).

Dessa forma, o processo dokimazō vai atingindo seu propósito. Ele vai nos experimentando, enquanto nós vamos reconhecendo o bem que as aflições estão nos fazendo. É isto que é um crente experiente, ou experimentado.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

domingo, 10 de agosto de 2025

GRANDES TRUNFOS DAS TRIBULAÇÕES - PARTE 01/04 (A PERSEVERANÇA)

 


E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança” (Rm 5.3).


A igreja das últimas décadas tornou-se inimiga da palavra sofrimento. Acompanhando o raciocínio do mundo pós-moderno, os pregadores trouxeram para os púlpitos palavras de aconchego e bonança, com promessas de ausência das aflições.

Entretanto, para o apóstolo Paulo, passar pelas tribulações, era motivo de gloriar-se. Esta palavra, no grego, tem a raiz da palavra “pescoço”, que mantém a cabeça erguida, sendo usada figuradamente para crentes que vivem de cabeça erguida, ostentando suas tribulações e não suas posses ou seu sucesso. Paulo quer dizer que o crente se gaba daquilo de que o mundo tem vergonha e não daquilo que o mundo ambiciona.

A palavra usada aqui para tribulações tinha o significado primário de “pressão”, ou de “um lugar estreito” que fecha alguém, a pressão que sente alguém encurralado, sem escapatória. A Bíblia fala de várias situações que pressionam o crente: cerco de guerra (Mt 24.21), dificuldade das necessidades (2Co 8.13), angústia semelhante à de uma mulher no parto (Jo 16.21; Gl 4.19), ansiedade (2Co 2.4; Fp 1.16,17), etc. Todavia, Paulo diz que tudo isso deve ser para nós motivo de andar de cabeça erguida. Por quê?

O primeiro trunfo (ou vantagem) que as tribulações nos trazem, diz o apóstolo, é que elas produzem perseverança. De fato, as tribulações são exatamente o critério que define se uma pessoa vai até o fim ou se desistirá em meio ao caminho! Continuar a jornada sem pressão é fácil. Todos seriam aprovados. Contudo, não é dessa forma a caminhada cristã. Haverá provas, angústias e tribulações. Elas nos mostrarão se vamos ou não perseverar até o fim.

Jesus já havia falado sobre isso. Quando pregou aos discípulos o Seu Sermão Profético, Ele os avisou de que a perseguição viria fortemente. “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”, disse o Senhor (Mt 24.12). É óbvio que a salvação aqui não se trata apenas do livramento da invasão ocorrida no ano 70 d.C., em Jerusalém, pelo general Tito. Outras provas e dificuldades virão para experimentar os crentes por todos os tempos e sua perseverança até o fim dirá se de fato são salvos.

A palavra grega para perseverança aqui significa “suportar por baixo”, indicando um grande peso que incide sobre as costas de alguém, assim como era representado pela imagem do titã grego Atlas que, na mitologia, foi condenado por Zeus a sustentar em suas costas para sempre o céu.

Este é o primeiro trunfo das tribulações. Elas fortalecem as nossas costas para sustentar até o fim tudo o que nos foi imposto, para que aprendamos a ser como o Filho de Deus, que sustentou todas as aflições sobre Seus ombros, inclusive a pior de todas, que foi o flagelo da ira de Deus em nosso lugar. A perseverança deve nos alegrar em nos fazer parecidos com Cristo.

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

REMINISCÊNCIAS DEVOCIONAIS 0615 - CURIOSIDADES SATISFEITAS NA COMUNHÃO

 


Há tanta coisa que ainda quero lhes dizer, mas vocês não podem suportar agora” (Jo 16.12 – NVT).


O coração do ser humano é repleto de curiosidades. De fato, “Deus fez tudo apropriado para seu devido tempo. Ele colocou um senso de eternidade no coração humano, mas mesmo assim ninguém é capaz de entender toda a obra de Deus, do começo ao fim” (Ec 3.11). Esse senso de eternidade é que causa no homem o desejo de conhecer todas as coisas.

Quando a Bíblia fala em “conhecer”, ela está falando de algo mais do que apenas saber. Ela fala de um relacionamento íntimo, a ponto de alguns textos usarem este verbo, quando se trata de relação marital (Gn 4.1; Mt 1.25 – ARC). Sendo assim, conhecer a Deus é ter comunhão com Ele, uma íntima relação espiritual. Aliás, é assim que Jesus define “vida eterna” (Jo 17.3).

Não há pecado em desejar conhecer. Embora o homem hoje, no pecado, queira conhecer as coisas em primeiro lugar, o propósito de Deus é que o homem conheça a Deus primeiramente. É a Ele que o homem deve amar de todo coração, alma, entendimento e forças (Dt 6.5; Mc 12.30). Somente depois é que lhe será permitido conhecer as coisas – depois que o homem tiver seu conhecimento de Deus em andamento santo e pacífico.

O grande problema, como nós sabemos, foi que o homem quis tomar conhecimento das coisas sem Deus! A proposta do diabo foi essa no Éden: “E, como Deus, conhecerão o bem e o mal” (Gn 3.5). O diabo disse “como Deus”, mas omitiu que era “sem Deus”. E esse foi o grande problema!

Deus não tem problema algum em revelar Suas coisas para nós. Ele disse que não esconderia de Abraão o que estava para fazer com Sodoma (Gn 18.17); Ele disse que não faria qualquer coisa sem que antes revelasse a Seus servos, os profetas (Am 3.7); e aqui, Jesus disse que havia tanta coisa que queria dizer a Seus discípulos, mas eles não estavam preparados para suportar!

Mas se você andar com Jesus, isso não será problema. Ele prometeu: “Quando vier o Espírito da verdade, ele os conduzirá a toda a verdade” (Jo 16.13). E foi o que aconteceu. Os discípulos, obedientemente, esperaram pela promessa do alto lá em Jerusalém (Lc 24.49) e quando o Espírito veio sobre eles, realmente eles passaram a conhecer muito mais de Deus e do Seu glorioso plano.

A Paulo foi revelado o mistério que esteve oculto por séculos (1Co 2.7; Ef 3.3) e ele nos fez saber muito disso em suas cartas, como ele mesmo testificou: “Mas foi a nós que Deus revelou estas coisas por seu Espírito. Pois o Espírito sonda todas as coisas, até os segredos mais profundos de Deus” (1Co 2.10).

Deus não nos revelará mais nada que já não tenha revelado a Seus apóstolos. Novas revelações são falsas e blasfemas. Mas o Espírito já veio e habita em nós. Sendo assim, crescendo na comunhão e na íntima relação com Jesus Cristo, muito mais de Deus saberemos e, o que não pudermos ainda suportar, com o tempo Ele vai tirando nossa curiosidade, tanto aqui como lá na glória! O que não podemos, é perder a comunhão com Deus!

Día tes písteos.

Pr. Cleilson